Uma pesquisa científica realizada por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) identificou pela primeira vez a presença do mosquito Haemagogus leucocelaenus em território catarinense — espécie conhecida por transmitir a febre amarela silvestre em áreas de mata.

O estudo documentou o inseto em cinco municípios do sul do estado: Santa Rosa de Lima, Rio Fortuna, Braço do Norte, São Martinho e Pedras Grandes. A descoberta representa o primeiro registro oficial dessa espécie em Santa Catarina, informação que os pesquisadores consideram significativa para a vigilância epidemiológica. 

Risco real e alerta à população

A febre amarela é uma doença viral grave, transmitida por mosquitos em dois ciclos: o urbano, ligado ao Aedes aegypti, e o silvestre, onde mosquitos de floresta, como o Haemagogus, desempenham papel central. Embora a transmissão urbana não ocorra no Brasil desde 1942, o ciclo silvestre segue ativo em áreas de mata.

Segundo os pesquisadores, a confirmação da presença desse vetor em SC reforça a necessidade de atenção das autoridades e da população. A principal cientista envolvida no estudo alerta que a combinação de mosquitos transmissores em áreas rurais e a proximidade de zonas urbanas aumenta o potencial de surgimento de casos humanos.

Vacinação e prevenção continuam essenciais

Desde 2018, Santa Catarina está classificada como área onde a vacinação contra febre amarela é recomendada, e a imunização está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Especialistas reforçam que manter a vacinação em dia é uma das medidas mais eficazes para prevenir a doença.

Além da vacinação, medidas como uso de repelente, roupas que cubram braços e pernas em áreas de mata, e a redução de criadouros de mosquitos ao redor de casas e comunidades são recomendadas pelos profissionais de saúde. 

Colaboração entre instituições

O trabalho envolveu colaboração entre a UFSC, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) da Secretaria de Estado da Saúde. Essa cooperação, segundo os pesquisadores, fortalece a capacidade de monitoramento e prevenção de doenças transmitidas por vetores em Santa Catarina.

14/12/2025